Descrição de chapéu Crítica
Restaurantes

Zain evoca clima festivo árabe com mesas e porções fartas na zona leste

Algumas das especialidades servidas têm detalhes a acertar, mas não impedem uma boa experiência

Se tem uma característica marcante em refeições nos países árabes é o prazer de compartilhá-las em grupo. Entrar no restaurante Zain, no Tatuapé, e se deparar com mais mesas que comportam turmas do que casais já sinaliza a vocação da casa. Ver os tamanhos das porções também.

Algumas das especialidades servidas têm detalhes a acertar, mas não impedem uma boa experiência. São falhas que parecem estar ali na tentativa de adaptar os preparos ao paladar de quem não está familiarizado com a culinária do Oriente Médio.

Um prato com uma porção de baklava, que é um doce folhado recheado com pistaches e nozes, ao lado de uma bola de sorvete de pistache, polvilhada com pistaches picados. O prato é decorado com um padrão azul e branco.
Baklva do Zain Cozinha Árabe - Priscila Pastre/Folhapress

No trio de pastas (R$ 79,90) esse movimento fica claro. O homus é bom, mas sente-se muito alho e pouco tahini. O babaganoush é prazeroso, mas sem o toque defumado de quando as berinjelas são tostadas direto no fogo. E a coalhada chega na textura certa, mas com pouca acidez.

O charutinho de folha de uva (R$ 69,90) também vem farto. No dia da visita, faltava textura às folhas que guardam o gostoso recheio de carne e arroz. Cozidas demais, desmanchavam muito rapidamente na boca.
As porções individuais acabam sendo uma alternativa mais atraente para quem não quiser pedir as entradas —caras e grandes demais. Mas, neste caso, as opções para petiscar são mais restritas. Pouca coisa além de quibe (R$ 16,90), salada (R$ 32 a fatouche) e caftas (R$ 49,90 a bovina).

Se a ideia for fazer uma refeição completa, melhor ir direto num prato —que dá para dois. O de cafta de cordeiro (R$ 219) vem com arroz sírio, batata frita, coalhada com pepino, saladinha e pão. A carne estava boa, com um agradável defumado. Faltou entregar mais no sabor das especiarias.

Para um lanche, vale combinar uma salada com o arais (R$ 49,90). A carne é sempre vermelhinha, mas dá para optar pelo ponto do pão —mais ou menos crocante.

Para adoçar, a baklava (R$ 36,90), doce de massa folhada com uma fartura de pistache, serve tranquilamente duas pessoas.

Se a visita for com família ou amigos animados, vá às terças à noite. É quando dançarinos e dançarinas fazem apresentações típicas. E prepare-se: não raramente, eles tiram alguns clientes para dançar.

Para uma boa experiência, opte pelos clássicos

Evite extravagâncias como o copinho de quibe (R$ 47), com coalhada e geleia de damasco, e as esfihas de figo com queijo, hortelã e calda de flor de laranjeira (R$ 24) e de geleia de laranja com pimenta calabresa (R$ 19,90). Prefira ficar entre as convencionais, como a boa esfiha de carne (R$ 17).

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